18/12/09

Livros dentro da mala



O 1º livro que andou dentro da minha mala e me fez doer o ombro já está lido.
Depois de ter lido os anteriores, este é mais pessoal, introspectivo e analítico.
Recomendo!


Não há maior liberdade do que viajar ao sabor do tempo.
Neste novo livro de textos inéditos, o viajante apresenta ao leitor as suas impressões sobre as suas mais recentes andanças. Durante quinze meses, andou sem pressas e sem datas por destinos tão fabulosos e longínquos como as Galápagos, o Sudeste Asiático, a América Central, a África Austral, a Polinésia, as Caraíbas ou a Oceânia. E, de terra em terra, entre um abraço e uma despedida, Gonçalo Cadilhe partilha com o leitor os encontros, os lugares, as leituras, os contratempos e as alegrias de uma viagem em slow-motion pelas estradas de um planeta sem segredos para o viajante mais determinado da actualidade.

Devagar se vai ao longe

Fintei o 723! Ah pois é!!!!!
Estava eu a sair do metro, para apanhar o 723 no Marquês de Pombal, quando ele, alegremente, passa por mim... DEVAGARINHO ... e eu com calma (pois ainda não faço parte do clube do "correr para apanhar os transportes públicos") fui andando para a paragem... e ele ao meu lado (estão a ver a corrida da lebre e da tartaruga?, foi parecido).
Escusado será dizer que não o apanhei... não o apanhei na paragem do costume... mas alcancei-o na seguinte! A lebre desta história sou eu, o autocarro é a tartaruga!!! O trânsito era tanto, que cheguei à paragem a seguir primeiro do que o autocarro, (e ainda esperei 1 minuto e 42 segundos por ele).
De salientar que noutras ocasiões, desisti de esperar por ele na paragem e fui andando até ao meu destino... nenhum passou por mim entretanto.

15/12/09

Ready, Steady, GO!!!

Não era a meia maratona, mas até podia ser.
Não andavam a distribuir electrodomésticos, mas até parecia.
Não tinha aberto a época de saldos (ainda), mas era vê-los a correr que nem loucos.
Ah, pois é... estavam todos a postos na base da escadaria do metro, e ao pressentirem que estava uma carruagem na linha e quase a partir, fizeram-se à pista, ou como quem diz, atropelaram-se como souberam para entrar (como se a próxima carruagem demorasse horrores a chegar!!!!). E eu lá dentro, sentadinha na primeira fila (tive foi que pagar bilhete) a ver senhoras de salto alto como se tivessem a correr para o vestido de noiva mais barato; a feirante de sacos pretos, carregados, rastejando pelo chão; o senhor de gravata, com a mala do portátil a tiracolo a baloiçar e a bater no rabo... Loucos, todos eles... a viverem com os minutos contados por um tempo ditado sem preconceitos mas dotado da imensidão da euforia.
Eu lá continuei, sentadinha, a ver alguns a conseguirem chegar à meta, outros a ficarem pelo caminho, as portas a fecharem e a soltarem um valente F*****.

14/12/09

O lado bom de andar de transportes públicos

Não... não é o facto de poupar dinheiro, nem o de poder ler livros com fartura (coisa que o meu trabalho já exige, por isso não me posso queixar), muito menos de poder relaxar a ver a paisagem... o lado bom de andar de transportes públicos é todo o exercício que as minhas nádegas e afins têm que gramar a subir a dita Rua das Pretas. Venha o Verão que eu estou preparada para ele!!!

11/12/09

Cú no chão!

E aconteceu...
Estava eu a descer a imensa escadaria de acesso ao metro no Terreiro do Paço, quando um barulho seco me faz parar! Alguém rebolou escadaria fora e aterrou de cú inteiro no chão de mármore! Que deu vontade de rir? Dar até deu, não fosse a soneira de quem se levantou às 6 e meia da manhã! Mas não me ri... pois por mais incrível que possa parecer, quase todas as pessoas continuaram a sua marcha em direcção ao metro... quase todos!!! Só eu e outra pessoa voltaram a trás e ajudaram a senhora a levantar o cú do chão. Eu sei, eu sei, já fiz a minha boa acção do dia :-) fico desde já muito contente com este sentimento de compaixão que se apoderou de mim logo pela manhã... mas mais do que a dor de ter batido de cú no chão e de algumas nódoas negras, que vão aparecer amanhã, fica a dor da falta de entreajuda, pois o lema parece ser "para a frente é o caminho"... haja mais vontade, mais paciência, sff!!!!!

09/12/09

faixas

Monocromáticas... sim... as iluminações de natal de Lisboa não têm cor!!!! Só vejo faixas, brancas, com lusinhas pequeninas enroladas à volta do Marquês, tal fralda enrolada em espiral, sem destino aparente e sem carácter natalício algum!!!!
E onde anda o verde e o vermelho da quadra? Ainda por cima ficam tão bem com o nosso nacionalismo exacerbado de tempo de crise... ah? Onde anda o azul de há uns anos atrás, quando a Volkswagen patrocinou toda a Avenida da Liberdade e pincelou de azul toda a baixa... onde????

Quase não há estrelas, nem sinos... só faixas, faixas e mais faixas... ao menos lá vão brilhando, mas não encantam...


ps- andar de transportes tem destas coisas, repara-se em tudo!

04/12/09

790

Ora aqui está um belo autocarro! O 790 (que antes era o 90 e que as colinas dominaram com o "7")...

Hoje foi dia de desembarcar no Cais do Sodré e apanhar o 790... andei à volta da praça e nada! Mas como quem tem boca vai a Roma, abeirei-me de um qualquer senhor motorista e perguntei "Oh faz favor, onde apanho o 790?" e ele "Hummm... o 790? Bem, ... , olhe lá está ele (apontando), corra que ainda o apanha!" E eu corri, feita maluca, com o cabelo a bater nas costas e o peso da mala nos ombros... mas cheguei a tempo... infelizmente! Pois é, infelizmente!!!! Apanhei a rota ao contrário... ou seja, logo de manhã, quando o meu Tico e o meu Teco ainda não se tinham levantado para abrir as persianas, andava eu a passear de autocarro no Chiado, a ler letreiros coloridos de Natal... (mas soube bem ver as folhas caídas no chão).

1ª voltinha

E pronto... lá fui eu na minha primeira voltinha de transportes públicos...
O cheiro a maresia, as poias das gaivotas nos corrimões de acesso ao barco, a espera interminável nas paragens do autocarro, enfim, fez-me querer voltar para o meu carro quentinho e fofinho, mesmo quando o rádio não funciona.